
Betty Mindlin
Betty cresceu entre livros. Seu pai, José Mindlin, colecionava raridades desde os 12 anos, com apoio da mãe, Guita, especialista em encadernação. A Biblioteca Brasiliana, que invadiu as paredes da casa, foi doada à USP em 2006 e inaugurada em 2013. Betty herdou o gosto pela leitura e o desejo de mudar o mundo. Estudou economia na USP, como os pais e irmãos, mas mudou de rumo: preferiu ouvir as palavras cantadas e faladas dos povos indígenas.
Guiada por Carmen Junqueira, foi à Amazônia em 1978 e tornou-se aliada dos Paiter Suruí e de muitos outros povos. Gravou suas vozes em línguas originais e os reconheceu como autores literários, ao publicar livros em coautoria, como Vozes da origem, Tuparis e tarupás, Couro dos espíritos e Moqueca de maridos. Como autora solo, escreveu Diários da floresta, O ventre emplumado, Crônicas despidas e vestidas, entre outros. Suas obras transitam entre memória, oralidade e literatura, sempre conectando os saberes dos povos originários às letras.