JUSTIFICATIVAS PRÊMIO FNLIJ ODYLO COSTA FILHO - O MELHOR LIVRO DE POESIA - Editora Peirópolis

JUSTIFICATIVAS PRÊMIO FNLIJ ODYLO COSTA FILHO – O MELHOR LIVRO DE POESIA

O MENINO POETA: obra completa

HENRIQUETA LISBOA
Ilustração e projeto gráfico: Nelson Cruz

O menino poeta – ou será a menina, Henriqueta Lisboa? – e o poeta das imagens: Nelson Cruz. Essa obra é para se carregar nas malas de viagens, nos trens da vida, e no cotidiano dos ônibus lotados das grandes cidades, mesmo que seja só para deleite das imagens sugeridas e pelo poder de sugestão que o texto provoca. É necessário abrir lentamente ao deleite das linhas, cores, frutas e metáforas que emanam do texto verbal e não verbal.
Um livro para apertar ao peito e respirar fundo, e só depois, muito depois, de olhar a vida ao redor, abrir bem devagar como quem não quer deixar sair nem menino, nem poeta, mas Arco-Íris, Jardim Celeste, numa Ciranda de mariposas na companhia das Borboletas rumo às Paineiras de qualquer cidadezinha do interior. Mais significativo ainda o texto se torna quando abrimos o Posfácio de Gabriela Mistral e alguns comentários dos nossos maiores poetas, que tentam, em vão, indicar um itinerário de onde e como se encontra o filho da imaginação de Henriqueta – O menino poeta, suas muitas obras, em seu dizer do mundo com rigorosa economia de palavras, mas esbanjante de imaginário.
Rosa Ferreira Lima

Com O menino poeta, Henriqueta Lisboa nos faz recordar um tempo, um cheiro, uma imagem, uma cena, uma infância que não volta mais e que nos provoca bastante saudade. Jardim, Tempestade, Castelos, Copo de leite, Castigo e tantas outras poesias nos transportam para um mundo diferente do que existe hoje.
A suavidade da linguagem simples e a temática das poesias nos encantam. Para completar, as ilustrações de Nelson Cruz são criativas, belíssimas e ampliam o significado do texto, assim como o projeto gráfico, que é caprichado e aumenta a qualidade da obra.
Gláucia Maria Mollo

Em 1943, Henriqueta Lisboa publicou O menino poeta, título do livro e do poema de abertura. Os anos se passaram, mas a beleza dos poemas continua encantando leitores de todas as idades. Esta edição está primorosa e reúne vozes muito expressivas que formam um matizado perfeito. De um lado, temos os poemas de Henriqueta Lisboa, do outro, o prefácio de Bartolomeu Campos de Queirós, o poeta/escritor que sabe colorir as palavras com carinho e afeto, e o posfácio de Gabriela Mistral, a voz dos Andes chilenos que voou nas asas do condor e ganhou o Prêmio Nobel de Literatura em 1945, motivo de orgulho para os latinos da América. Henriqueta Lisboa está muito bem acompanhada.
Cecília Meireles, no poema “Reinvenção”, diz que “A vida só é possível reinventada”. Parodiando Cecília, Bartolomeu começa seu texto com esta afirmativa: “A infância é possível de ser reinventada, sempre”. Henriqueta conhece muito bem o risco desse bordado, é uma poeta inventadeira, sempre. Cada poema do livro foi elaborado com muito esmero, com simplicidade, mas com profundidade. Quem não se recorda dos poemas “Segredo”, “Coraçãozinho”? Tão ingênuos, tocantes, tão puros. E o poema “Consciência”? Apesar dos sete anos, a criança dá seu grito de independência – “fazer pecado é feio”… “mas se eu quiser, eu faço”. O poema “Os rios”, uma composição com versos dissilábicos, diminutos, mas que encerram saberes e “profundos segredos”.
As ilustrações de Nelson Cruz são bem variadas, algumas apresentam apenas detalhes, como nos poemas “Nauta” (p.68) e “Esperança” (p.69), outras levam o leitor ao devaneio. Examinemos a ilustração para o poema “Cavalinho de pau” (p.16-17). O sonho de voar pelos ares se concretiza nesta ilustração – no cavalo de pau ou no alazão, o menino corta o céu e voa sobre a cidade.
Gabriela Mistral, no seu percuciente ensaio, afirma que o português se presta, “muito mais do que as línguas famosas, à poesia infantil”, pois nosso idioma é mais leve, mais terno, comparando-o ao italiano. Recorro, mais uma vez, a Bartolomeu Campos de Queirós para externar meu embevecimento por este belo livro – “os mais jovens têm em mãos um livro que vai durar para sempre”.
Neide Santos

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