Uma homenagem a Marlene Crespo - Editora Peirópolis

Uma homenagem a Marlene Crespo

Marlene Perlingeiro Crespo nasceu em 28 de abril de 1932, em Campos dos Goytacazes, Rio de Janeiro. Embora tenha se formado em línguas, atuou como professora e revisora de textos antes de encontrar sua verdadeira vocação nas artes plásticas.

Como artista, explorou o desenho, a gravura e a arte têxtil, produzindo ilustrações em diversas mídias. Sua obra incluiu figuras, animais e elementos da cultura popular, como o Curupira, tema de um de seus livros publicado pela Peirópolis.

Como muitos artistas nos anos 1960, Marlene engajou-se na luta contra a ditadura civil-militar que governava o Brasil à época. Iniciou sua militância política em 1964 pelo PCdoB. Em 1968, enquanto atuava como professora em Porto Alegre e participava do Movimento Estudantil, foi detida no XXX Congresso de Ibiúna, ficando alguns dias no Presídio Tiradentes. Perseguida politicamente, perdeu o emprego e enfrentou dificuldades na carreira artística. Mudou-se para São Paulo, onde foi presa novamente em 1970, mas acabou absolvida e se afastou do PCdoB.

Em 1973, em visita à sua cidade natal, foi presa pela repressão. Transferida para São Paulo foi conduzida ao DOI-Codi/SP, onde sofreu torturas, precisando ser internada no Hospital das Clínicas. Em seguida, foi levada para o Deops/SP onde permaneceu por aproximadamente dois meses. Sua história está registrada no Memorial da Resistência de São Paulo e no Museu da Pessoa através de entrevistas que Marlene concedeu. 

Após sua soltura, Marlene trabalhou como ilustradora em jornais de oposição à ditadura. Realizou exposições individuais e coletivas e escreveu seis livros ao longo da carreira, todos ilustrados por ela, sendo três obras destinadas a crianças. Marlene Crespo faleceu em 2 setembro de 2024, aos 92 anos, devido a problemas de saúde agravados pela idade avançada, deixando um legado importante para a arte brasileira.

 

Saiba mais sobre Curupira, obra de Marlene Crespo publicada pela Peirópolis:

Curupira
O guardião da floresta

O Curupira não é flor que se cheire – os caçadores que o digam! Neste livro, Marlene Crespo conta como o guardião da floresta usa seus poderes mágicos impiedosamente contra aqueles que não respeitam a mata e os seres que a habitam, protegendo a vida e lutando pela conservação do ambiente.

Premiações:

:: Selecionado para o PNLD Alfabetização na Idade Certa – PNAIC 2014

:: Selecionado para o Catálogo de Bolonha 2013 – FNLIJ´s selection 50ª Bologna Children’s Book Fair 2013 – Categoria Reconto

 

Confira abaixo as entrevistas de Marlene Crespo ao Memorial da Resistência de São Paulo e ao Museu da Pessoa:

 

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